Ana Carolina Patrício
Vozes
Luís António Santos
Joana Dias Coelho
«(CD) Kitka: Sanctuary – A Cathedral Concert» © Direitos de autor reservados Appe ID (iTunes)
Hoje é dia vinte de novembro, segunda-feira da trigésima terceira semana do tempo comum.
Hoje, começa o teu momento de oração
com estas palavras de um poema de António Couto:
«Sei bem que foste Tu que me puseste em movimento,
que teceste o meu ser,
que me deste a vida e de comer,
que me acolheste e me acolhes sempre em tua casa.
Como é que estou então ainda aqui parado
na berma desta estrada,
pensando que fui eu que me pus no ser,
que sou dono de mim,
que esta vida é minha?
Não fiques aí parado, meu irmão.
Olha com mais atenção,
olha com o coração o chão que sonhas,
o céu que lavras. Recomeça!»
Escuta esta passagem do Evangelho segundo São Lucas.
Lc 18, 35-43
Quando Jesus se aproximava de Jericó,
estava um cego a pedir esmola, sentado à beira do caminho.
Quando ele ouviu passar a multidão,
perguntou o que era aquilo.
Disseram-lhe que era Jesus Nazareno que passava.
Então ele começou a gritar:
«Jesus, filho de David, tem piedade de mim».
Os que vinham à frente repreendiam-no, para que se calasse,
mas ele gritava ainda mais:
«Filho de David, tem piedade de mim».
Jesus parou e mandou que lho trouxessem.
Quando ele se aproximou, perguntou-lhe:
«Que queres que Eu te faça?».
Ele respondeu-lhe:
«Senhor, que eu veja».
Disse-lhe Jesus:
«Vê. A tua fé te salvou».
No mesmo instante ele recuperou a vista e seguiu Jesus, glorificando a Deus.
Ao ver o sucedido, todo o povo deu louvores a Deus.
Por vezes, na tua vida, ao cruzares-te nas ruas com pessoas – necessitadas, doentes, refugiadas – ficas indiferente ou até hostil perante a sua presença. Pede a Jesus que te conceda um coração sensível ao sofrimento dos outros.
A multidão tenta calar o cego, mas este persiste e clama mais alto.
Tens a fé deste homem, que mesmo repreendido, chama com fervor por Jesus?
Neste Evangelho, a multidão mostra dualidade de comportamento: as mesmas pessoas que anunciam Jesus, tentam marginalizar o homem cego.
Pede perdão pelas vezes em que foste indiferente aos que sofrem.
A figura do homem cego, afastado da multidão mas atento ao que o rodeia, contrasta com as pessoas apressadas, absortas em pensamentos e preocupações, incapazes de ver as necessidades dos outros.
Apresenta a Jesus as tuas próprias cegueiras. Pede-lhe para te curar e abrir os olhos com compaixão e empatia.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.