P. António Sant'Ana, sj
Vozes
Paulo Duarte, sj
Katia Guerreiro
«(CD) Louis Larouche: Baroque Works for Horn and Organ – Baroque works on trumpet» © Direitos de autor reservados Appe ID (iTunes)
Hoje é dia vinte e cinco de dezembro, quarta-feira, solenidade litúrgica do Natal do Senhor.
Neste dia de Natal, és convidado a imaginar o princípio sem princípio, que só a Deus pertence e ao seu Verbo, Deus com Ele. O Verbo é a luz que, vindo a este mundo, a todos ilumina. Pede ao Senhor a graça de deixares esta luz iluminar as tuas trevas… e começa assim a tua oração.
Escuta esta passagem do Evangelho segundo São João.
Jo 1, 1-18
No princípio era o Verbo
e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.
No princípio, Ele estava com Deus.
Tudo se fez por meio d’Ele, e sem Ele nada foi feito.
N’Ele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
A luz brilha nas trevas, e as trevas não a receberam.
O Verbo era a luz verdadeira,
que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem.
Estava no mundo,
e o mundo, que foi feito por Ele, não o conheceu.
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
Mas àqueles que o receberam e acreditaram no seu nome
deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,
mas de Deus.
E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós.
Nós vimos a sua glória,
glória que lhe vem do Pai como Filho Unigénito,
cheio de graça e de verdade.
Eis-nos chegados ao dia de Natal.
Hoje «o Verbo se fez carne e habitou entre nós», diz-nos o Evangelista São João. Aquele que neste dia contemplamos nas palhinhas de Belém é o Filho de Deus, gerado desde toda a eternidade e consubstancial ao Pai, como dizemos na fórmula do Credo.
Em dia de Natal, recordamos uma homilia de Proclo, Bispo de Constantinopla, no século V:
«Que a natureza estremeça de alegria e que exulte todo o género humano. Que a humanidade dance em coro: "Onde o pecado abundou, superabundou a graça". Na sua bondade, Deus não desdenhou nascer de uma mulher, mesmo que Aquele que dela ia ser formado fosse a própria vida».
Escuta novamente o Evangelho e vai contemplando as figuras do Presépio. Maria e José, o Menino Jesus deitado na manjedoura, os pastores, os magos…
Com qual personagem te identificas mais?
No Mistério que celebramos hoje, és convidado a mudar o modo de pensar em Deus: afinal, Aquele que envia o seu Filho não é um Deus descomprometido com a humanidade, longe da sua realidade. Guarda no coração aquilo que te mostra o Menino Jesus: que «Deus é Amor».
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.