P. Luís Maria Providência, sj
Vozes
Catarina Marques
P. Paulo Duarte, sj
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Hoje é dia vinte e nove de março, sábado da terceira semana da Quaresma.
Mais uma semana a chegar o fim. Pode ser um bom momento para te interrogares sobre o que tem sido a tua Quaresma.
Interroga-te sobre o valor que dás ao tempo, sobre o modo como dás conta das propostas que a Igreja te faz. Talvez descubras que ainda estás a tempo de dar vida à palavra “conversão”. Começa hoje por aqui a tua oração.
Escuta esta passagem do Evangelho segundo São Lucas.
Lc 18, 9-14
Jesus disse a seguinte parábola
para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros:
«Dois homens subiram ao templo para orar;
um era fariseu e o outro publicano.
O fariseu, de pé, orava assim:
‘Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens,
que são ladrões, injustos e adúlteros,
nem como este publicano.
Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo quanto possuo’.
O publicano ficou a distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu;
mas batia no peito e dizia:
‘Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador’.
Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa e o outro não.
Porque todo aquele que se exalta será humilhado
e quem se humilha será exaltado».
É para ti que Jesus conta a parábola. Porque corres o risco do orgulho religioso e de não acolheres verdadeiramente Jesus na tua vida. O risco de não te abrires realmente ao reino de Deus. Podes ser exímio, tido por todos como um verdadeiro modelo e, simultaneamente, perderes de vista o essencial.
A extrema visibilidade do fariseu, cheio de si, colocando-se no centro da cena. Pelo contrário, o publicano é consciente do seu pecado, da sua indignidade e necessidade do perdão de Deus. O fariseu exibe-se, o publicano é de uma enorme discrição.
A santidade joga-se na tua discrição e radical dependência de Deus.
O que te justifica não são as tuas obras e méritos. Não és tu que te justificas. É Deus quem te justifica. Escuta de novo o Evangelho.
Pede ao Senhor as seguintes graças: De desmascarares o fariseu existente em ti. De cresceres na identificação com o publicano da parábola. De te assumires como pedinte da misericórdia de Deus.
Que esta Quaresma seja um tempo favorável à tua reconciliação com Deus e com os irmãos. Procura receber o sacramento da reconciliação.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.