P. António Sant'Ana, sj
Vozes
Paulo Lopes
Ines Ferreira
«Matin du Monde (Chants des Abbayes Cisterciennes)» © Direitos de autor reservados a Aple ID (iTunes)
Hoje é dia vinte de agosto, quarta-feira, memória litúrgica de São Bernardo de Claraval, reformador da Ordem de Cister, falecido em 1153 e proclamado Doutor da Igreja em 1830.
Vais começar a tua oração. Pede ao Senhor a graça de escutares a sua palavra com o coração e de te deixares ensinar por ela. Nem sempre é fácil, mas sabes que o Senhor está contigo para te guiar. Agradece… e começa assim a tua oração.
Escuta esta passagem do Evangelho segundo São Mateus.
Mt 20, 1-16a
Jesus disse aos seus discípulos a seguinte parábola:
«O reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário,
que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha.
Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a sua vinha.
Saiu a meia manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes:
‘Ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo’.
E eles foram.
Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde,
e fez o mesmo.
Saindo ao cair da tarde,
encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes:
‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’.
Eles responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’.
Ele disse-lhes:
‘Ide vós também para a minha vinha’.
Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz:
‘Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário,
a começar pelos últimos e a acabar nos primeiros’.
Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um.
Quando vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais,
mas receberam também um denário cada um.
Depois de o terem recebido,
começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo:
‘Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós,
que suportámos o peso do dia e o calor’.
Mas o proprietário respondeu a um deles:
‘Amigo, em nada te prejudico. Não foi um denário que ajustaste comigo?
Leva o que é teu e segue o teu caminho.
Eu quero dar a este último tanto como a ti.
Não me será permitido fazer o que quero do que é meu?
Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’.
Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos».
A parábola que Jesus hoje conta parece injusta: os assalariados da primeira hora ganham o mesmo que os contratados ao final do dia. Jesus tem um coração proporcional ao seu amor e quer mostrar até onde vai a misericórdia. A sua graça é sempre gratuita para todos, todos, todos.
Assumimos a justiça dos trabalhadores que reclamam uma recompensa proporcional ao esforço realizado.
Vives a gratuidade do serviço com alegria ou a resmungar? Como acolhes as normas da Igreja, como um prémio a reclamar ou como generosidade?
Ouve pela segunda vez o Evangelho e alegra-te porque, no coração de Jesus, também há um lugar para ti no trabalho da construção do Reino.
Na lógica do mundo, cada pessoa vale pela sua eficiência. Na lógica de Jesus, o valor está em ser filho muito amado pelo Pai. O Senhor está sempre a convocar para o seu Reino, sem discriminações.
Termina a oração pedindo a graça de um coração aberto à diferença de quem vive ao teu lado.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.