P. Duarte Rosado, sj
Vozes
Ângela Roque
Paulo Duarte
«Her Music for Piano» © Direitos de autor reservados a Kevin Mayhew Publishers
Hoje é dia doze de setembro, sexta-feira da vigésima terceira semana do Tempo Comum.
"Deus é amor", escreve o apóstolo João numa das suas cartas. Devagar, ao ritmo da respiração, repete estas palavras e deixa-as ocupar a tua mente e tranquilizar o teu coração. Vai repetindo cada uma delas… e começa assim a tua oração.
Escuta esta passagem do Evangelho segundo São Lucas.
Lc 6, 39-42
Jesus disse aos discípulos a seguinte parábola:
«Poderá um cego guiar outro cego?
Não cairão os dois nalguma cova?
O discípulo não é superior ao mestre,
mas todo o discípulo perfeito deverá ser como o seu mestre.
Porque vês o argueiro que o teu irmão tem na vista
e não reparas na trave que está na tua?
Como podes dizer a teu irmão:
‘Irmão, deixa-me tirar o argueiro que tens na vista’,
se tu não vês a trave que está na tua?
Hipócrita, tira primeiro a trave da tua vista e então verás bem
para tirar o argueiro da vista do teu irmão».
A maior cegueira de todas é não reconheceres a tua cegueira. Tantas vezes andas à procura de créditos e reconhecimentos para disfarçares a pequenez… mas é na pequenez que és encontrado e só cresces diminuindo. Os créditos podes deitá-los fora, só tu é que te preocupas com eles.
É demasiado fácil julgar. Estás tu no centro. Estás tu acima. Tens tu a razão. Mas isto de pouco te serve. Sê verdadeiro contigo, não te queiras mostrar sem falhas, e aprenderás a compaixão, que te ensina a humildade, que te conduz à caridade, que te leva a Deus.
Este texto anda em volta do verbo ver. Ver bem o irmão. Ver bem quem tens diante de ti. Veres-te bem. Aprender a ver bem leva tempo, sê paciente.
Pede ao Senhor um coração puro, capaz de se alegrar pelos outros, cujos sucessos não sejam rivalidade, mas fonte de gratidão.
Como tens olhado para os teus irmãos?
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.