P. Duarte Rosado, sj
Vozes
Luís Cabaço Martins
Maria Archer
«The Bach Players: Bach arranging and arranged (2011)» © Direitos de autor reservados Appe ID (iTunes)
Hoje é dia quinze de setembro, segunda-feira, memória litúrgica de Nossa Senhora das Dores.
A mesma Senhora que acolhe nos braços o filho de Deus nascido em Belém vê os braços da cruz esmagarem o seu Filho. Deixa-te ficar em união com esta Senhora das Dores, confia à sua intercessão os teus sofrimentos… e nos seus braços começa a tua oração.
Escuta esta passagem do Evangelho segundo São Lucas.
Lc 2, 33-35
O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados
com o que se dizia d’Ele.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe:
«Este Menino foi estabelecido
para que muitos caiam ou se levantem em Israel
e para ser sinal de contradição;
– e uma espada trespassará a tua alma –
assim se revelarão os pensamentos de todos os corações».
Celebramos a memória de Nossa Senhora das Dores. É estranho que façamos memória das dores de Maria. Mas olhar para Maria dolorosa ajuda-nos a olhar para as nossas dores como lugar, não da ausência, mas do cuidado de Deus; como parte de um processo em que é possível encontrar vida.
Jesus é sinal de contradição. Não é propriamente um diplomata dos Céus que se torna irrelevante, de tão sensato que é. Há um confronto óbvio entre a vida de Jesus e a tua vida: um confronto fecundo, que traz ao de cima o desejo de Jesus de te dar vida em abundância e o teu de o seguires.
O milagre maior não é que cessem as dores, mas que o amor seja mais forte; que possas atravessar a dor com a esperança dos que se sabem amados.
Conversa com Maria sobre as tuas dores, sobre o modo como vais aprendendo a confiar e a entregá-las. Deixa-te também surpreender por um Deus que sabe o que é a dor e que, por isso, está perto, acolhe e faz irromper a sua luz até dos lugares mais escuros e escondidos.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.