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Hoje é dia quatro de Setembro, sábado da vigésima segunda semana do tempo comum.
As Jornadas Mundiais da Juventude
são uma ocasião única para o encontro de jovens de todo o mundo.
Une-os o desejo de caminhar juntos
e a procura daquele mais que só o Espírito de Cristo os fará encontrar.
No ano de 2023, Lisboa vai acolher esta Jornada Mundial.
Por isso, em colaboração com o Passo a Rezar,
é-te dada a oportunidade,
no primeiro sábado de cada mês,
de te unires com a tua oração à preparação deste encontro.
Ora, a preparação de um verdadeiro encontro começa no coração.
Toma consciência de que isto se aplica
tanto à Jornada Mundial como ao teu encontro com Cristo.
E começa assim a tua oração.
Ouve e procura aceitar o convite que o Papa Francisco faz, na Encíclica Christus vivit (Cristo Vive), a descobrir que no silêncio Deus corre ao teu encontro.
Precisas de confiar «na recordação de Deus: a sua memória não é um “disco rígido” que grava e armazena todos os nossos dados, a sua memória é um coração terno e rico de compaixão, que se alegra em eliminar definitivamente todos os nossos vestígios de mal». Não quer guardar a conta dos teus erros e, em todo o caso, ajudar-te-á a aprender alguma coisa também com as tuas quedas. Porque te ama. Procura ficar um momento em silêncio, deixando-te amar por Ele. Procura calar todas as vozes e alarido interior, e para um momento nos seus braços amorosos.
O Papa Francisco diz-te: “Procura calar todas as vozes e alarido interior, e para um momento nos seus braços amorosos”.
Que vozes são estas hoje? Que preocupações, recordações, emoções têm sido o pano do fundo destes últimos dias? Procura começar a desfazer o novelo do barulho que te habita, fio a fio, com simplicidade e sem a preocupação de fazer um trabalho muito exaustivo.
Tanto barulho, tantas coisas para fazer, tantas mensagens contraditórias que nos chegam e nos vão levando de um lado para o outro, transformando a nossa vida numa correria confusa, mesmo se bem intencionada. É preciso parar e reconhecer que, mesmo quando parecem boas, estas vozes não são a palavra de Deus. Se parecem às vezes sê-lo, lembra-te que falam de um modo bem diferente, talvez até oposto, do modo como Deus comunica. Deus só fala à liberdade, não se impõe. Procura reconhecer, sem pressa em condená-lo, que este ruído é composto por imposições que não vêm de Deus e tenta diminuir o seu volume.
Ouve este excerto do Evangelho de São Mateus no qual Jesus procura ensinar-nos a rezar.
Mt 6, 5-8
Quando orardes, não sejais como os hipócritas,
que gostam de rezar de pé nas sinagogas e nos cantos das ruas,
para serem vistos pelos homens.
Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando orares,
entra no quarto mais secreto e, fechada a porta,
reza em segredo a teu Pai,
pois Ele, que vê o oculto, há de recompensar-te.
Nas vossas orações, não sejais como os gentios,
que usam de vãs repetições,
porque pensam que, por muito falarem, serão atendidos.
Não façais como eles,
porque o vosso Pai celeste sabe do que necessitais antes de vós lho pedirdes.
Para que possas dispor o teu coração a ouvir a palavra de Deus e conversar com Ele, o essencial é o silêncio, diz Jesus. Na verdade, o silêncio é vital para que haja comunicação verdadeira e rica de significado. Sem silêncio não há escuta, as ações tornam-se superficiais, não há pensamento nem ponderação e toda a densidade que somos é comprimida e abusivamente reduzida.
Pede a Jesus que te ensine este silêncio, para que possas viver em diálogo profundo com Ele e com aqueles que te rodeiam.
O silêncio resiste sempre à nossa tentativa de o instrumentalizar e de o compreender, a ponto de nem se deixar dizer. Faz parte da natureza do silêncio aceitar e procurar escutar o desconhecido, o que não saiu nem da nossa cabeça nem da nossa boca. Nesse sentido, no segredo do nosso quarto fechado abrem-se as portas do nosso eu, que tende a trancar-se, com a ajuda do ruído, na ilusão de que é capaz de fabricar o sentido ou a verdade com as suas próprias mãos. Aproveita estes últimos momentos da tua oração para, sem agenda nem expectativas, te entregares, no silêncio, àquele Outro que te ama incondicionalmente e a quem queres escutar para sempre.
Pai Nosso que estais nos Céus
santificado seja o vosso Nome,
venha a nós o vosso Reino,
seja feita a vossa vontade
assim na terra como no Céu.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje,
perdoai-nos as nossas ofensas
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
E não nos deixeis cair em tentação
mas livrai-nos do mal.
Ámen.