«Musica Pacifica: Dancing in the Isles» © Direitos de autor reservados a Magnatune
Hoje é dia dezasseis de abril, Sábado Santo.
Neste grande e santo sábado,
celebramos a sepultura de Nosso Deus e Salvador Jesus Cristo,
e a sua descida aos infernos.
Hoje,
o género humano é libertado da corrupção
e é renovado para a vida eterna,
pois o sepulcro não pode reter Aquele que é a Vida eterna.
A morte é morta pelo Homem-Deus que vem despojá-la.
Entra, lentamente, passo a passo, no silêncio deste dia.
E começa assim a tua oração.
Escuta esta passagem do Evangelho segundo São Mateus.
Mt 27, 62-66
No dia seguinte,
que era o dia a seguir ao da Preparação,
os sumos sacerdotes e os fariseus reuniram-se com Pilatos
e disseram-lhe:
«Senhor, lembrámo-nos que aquele impostor disse, ainda em vida:
Três dias depois hei de ressuscitar.
Por isso, ordena que o sepulcro seja guardado até ao terceiro dia,
não venham os discípulos roubá-lo e dizer ao povo:
“Ressuscitou dos mortos.”
E seria a última impostura pior do que a primeira.»
Pilatos respondeu:
«Tendes guardas. Ide e guardai-o como entenderdes.»
E eles foram pôr o sepulcro em segurança,
selando a pedra
e confiando-o à vigilância dos guardas.
No alto dos Céus, o Salvador,
está unido ao Pai inseparavelmente;
e cá em baixo na terra, estendido morto.
Estupefactos, os Serafins O contemplam.
Aquele que no princípio,
com uma palavra fixou a órbita da terra,
sem vida, desceu ao seio da terra.
Céus, tremei diante deste mistério.
Enquanto o mundo se agita ou desespera,
a Virgem Maria espera no silêncio.
Na dor, lembra-se das palavras de Jesus:
«Depois de três dias, ressuscitarei»
e «Eu sou a Ressurreição e a Vida.».
E, no profundo do seu coração, na noite, no sofrimento,
Maria crê, adora, espera e ama.
Ela espera e reza.
E ainda hoje, com Maria, na noite do mundo,
a Igreja crê, adora, espera e ama o seu Senhor,
esperando a sua vinda gloriosa.
E nesta esperança, reza.
Neste dia, em comunhão com toda a Igreja, une-te tu também à Virgem Maria
e reza por todos os homens:
«que nenhum se perca».
Escuta as palavras de Santo Epifânio, autor do século IV, sobre o mistério deste dia:
Um grande silêncio reina hoje sobre a terra;
um grande silêncio e uma grande solidão.
Um grande silêncio, porque o Rei dorme;
a terra estremeceu e ficou silenciosa,
porque Deus adormeceu segundo a carne
e despertou os que dormiam há séculos.
Deus morreu segundo a carne e acordou a região dos mortos.
Vai à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida.
Quer visitar os que jazem nas trevas e nas sombras da morte.
Vai libertar Adão do cativeiro da morte,
Ele que é ao mesmo tempo seu Deus e seu Filho.
Termina a tua oração falando com Jesus no sepulcro.
Dirige-Lhe estas palavras:
Neste dia, o sepulcro Te encerra, a Ti, Senhor,
que tens nas mãos toda a criação.
Tu, a Vida, adormeceste. O inferno treme de terror e Adão é libertado. Cumpres agora o eterno repouso do Sábado para nos dar a tua Ressurreição. Glória à tua obra de salvação.
Hoje, contemplamos-Te no túmulo, ó nossa Vida,
repousando no sono da morte, como num seio virginal.
Revestido da nossa argila, renovas e recrias todas as coisas e, como fermento, fazes levantar os mortos.
Hoje, descansas.
Por tua santa Paixão, cumpriste toda a tua obra e salvaste o Homem.
Por isso, cantamos-Te, Deus de Misericórdia: «Ressuscita e faz-nos sair do inferno.»
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre. Ámen.